22 dezembro, 2006

Final de Ano

(De cima para baixo, da esquerda para direita: Sule, Edvaldo, Adriana,
Nelson, Nicia, darlene, Socorro, Dart,
Bonilla, Simone, Rejane, Monica, Moises, Fabricio e Adriane)



É incrível como o tempo tem passado tão depressa... Parece que foi ontem que estavamos nos preparando para a chegada de 2006, e agora estamos no mesmo ritual... Final de 2006 e a espera de 2007 com muitas esperanças...
Dar uma sensação de alívio, ao olhar para trás e ver o quanto trabalhamos este ano. O quanto eu me esforcei e agora estou aqui descansando e esperando tudo de novo para o próximo ano. Porém, não poderia deixar de registrar a nossa festinha do Gec. Foi uma grande brincadeira, muitas risadas, muito divertimento... Depois de um ano de trabalho, estudo, corre-corre, paramos um dia e aí entre amigos fizemos a nossa confraternização. A grande brincadeira verdadeiramente iniciou uma semana antes, com a confecção de nossa arvore de natal (Eu, Darlene,Adriana e Dart) haja bolinhas para serem cortadas e coladas!Más foi muito divertido e gratificante vê-la prontinha... Depois Darlene vem com a idéia de colar bolas no teto, e lá vai eu na "crista da onda", no sobe e desce, daqui a pouco nosso teto tava lindo...
A partir daí no outro dia foi curtir nossa grande brincadeira do "amigo secreto do desapego".
Essa foto aí em cima expressa uma grande parte daqueles que fazem parte do nosso GEC...

Feliz Natal e um Feliz ano novo a todos...




Cool Slideshows!

12 novembro, 2006

SEMPPG E SEMEP



Seminário Estudantil de Pesquisa, mais precisamente seminário do PIBIC, foi esse mais um evento que participei nos últimos dias 08,09,10 e 11 de novembro de 2006.
O que aconteceu nesse seminário? A princípio ocorreu a cerimônia de abertura com uma conferência com o Prof. Herch Moysés Nussenzveig (UFRJ)-“A Física da Vida” .Além de peças teatrais, que posso abrir aqui uma ressalva sobre a peça encenada por Ricardo Fagundes, em que este trouxe um trecho da obra de Clarice Lispector – “O grande passeio”. Esta peça é um monólogo e o resultado prático do trabalho de mestrado em artes cênicas do próprio Ricardo.
Nos outros dias trabalhamos muito com a nossa Rádio Faced, para cobrir todo o evento. E como se trata de um seminário estudantil, ali estava exposto o resultado das pesquisas dos bolsistas (alunos de graduação e pós-graduação). Em conjunto com a exposição dos painéis também ocorreram sessões de exposições orais dos trabalhos de pesquisas.
Ainda no próprio seminário tive a oportunidade de participar de um mini-curso, palestrado pelo Prof. Caio Castilho (Prof do Instituto de Física da UFBA). Nesse mini curso, Caio abordou a questão da pesquisa: O que é, porque se faz, como se faz e o que se espera? E nas próximas linhas venho escrever uma breve do que foi debatido, e dito nesses dias com esse mini-curso.
O grande questionamento a se fazer é: o que leva as pessoas a realizar pesquisa? Um ponto desse questionamento esta relacionado a utilidade (entender, compreender e construir), porém, não é apenas isso! Uma vez que esse tipo de pesquisa é destinada para o bem-estar das pessoas, portanto, se pensarmos numa sociedade capitalista esse tipo de pesquisa passa então a ser destinado ao bem-estar das “empresas”.
A motivação para a pesquisa, voltada à possibilidade do retorno, é relativamente recente, pois a partir do século XIX que a ciência passa a contribuir significativamente com a tecnologia.
Ao reportar para a situação atual e ao fazer um exame da história, percebe-se que a visão aristotélica de considerar que a ciência não oferecia outro retorno além da satisfação intelectual era uma visão romântica. Caio Castilho traz também a questão da pesquisa como uma relação entre conhecimento e poder: nessa relação podemos então nos questionar a respeito criação tardia das universidades brasileiras. E compreendemos que este fato ocorreu, pois os “portugueses não eram tolos!”. Se as famílias ricas enviavam seus filhos para estudar na Europa, nesse sentido o conhecimento era moldado a atender determinados interesses, nesse sentido podemos dizer que “o conhecimento é poder”.
Ao pensamos nas pesquisas desenvolvidas nas empresas atualmente, percebemos que esta é realizada em quase sua totalidade “um objeto de segredo”. Castilho destaca que nos EUA, na época da escravidão era proibido ensinar a ler e escrever, já que o conhecimento era um fator de liberdade!
No segundo dia do mini-curso Castilho colocou a questão da validade da pesquisa, nesse sentido quem dar validade de um cientista é outro cientista. Porém, é preciso não ser ingênuo, pois o pesquisador deseja ser o primeiro a descobrir algo. Daí, Castilho, coloca que a pesquisa é uma “vaidade”, no sentido desta vaidade ser um ingrediente presente no dia-dia de uma pesquisa.
A partir dessa perspectiva, Caio coloca também a noção de causa e efeito, que são extremamente importantes para a ciência. Em termos práticos, procuramos estabelecer eventos para que sejam repetidos, a essa repetição, como resultado atribuímos um tratamento estatístico. Quando existem eventos que se sucedem, você diz que o primeiro é a causa e o segundo o efeito. Agora! É preciso ter cuidado quanto a isso! Pois isso é uma pista e não uma garantia.
Se encontrarmos eventos que existe uma conexão entre eles, e se o primeiro não ocorreu e se o segundo também não acontece, nesses casos o primeiro é dito como causa.
Quando estamos fazendo ciência duas etapas importantes são: análise e síntese. Em qualquer fenômeno é bastante complexo para ser explicado em detalhe, logo, precisamos de alguma forma simplificar. Assim: ignoramos uma série de aspecto do evento e discutimos a uma versão idealizada. A partir disso, quão adequada depende da precisão que se deseja na análise.
Além da necessidade da “versão idealizada”, freqüentemente temos que quebrar o objeto para poder analisar, ou seja, fatiar para analisar. Essa possibilidade depende de partes aproximadamente independente. É evidente que essas partes precisam estar relacionadas entre si, e temos que tomar cuidado para não perder a noção de que essas partes constituem um todo único.
Após a seleção, a observação e a descrição do objeto de estudo, é necessário formular a hipótese (a idéia, tentativa de conexão entre os fenômenos observados), a hipótese às vezes antecede a observação.Vale ressaltar, que existe e isso é freqüente, casos em que o resultado da pesquisa é a negação da hipótese, mesmo negando este tem valor cientifico.
A qualidade, a criatividade e mesmo a “genialidade” do cientista tem a sua melhor oportunidade de manifestar-se justamente na formulação da hipótese. A possibilidade de formular hipóteses resulta de que existe alguma ordem na natureza, nesse caso usualmente faz-se opção pela mais simples.
A hipótese às vezes é uma idéia, tentativa, uma possibilidade de ser verificada, pouco mais que uma conjectura . Agora! Ela não pode ser confundida com a lei, pois, só se torna lei quando é exaustivamente testada.
Caio ressalta que o método básico da ciência é tentar buscar a generalização e fazemos isso por indução (que é uma operação mental, que consiste em se estabelecer uma verdade universal ou uma proposição geral). Nesse processo concluímos que no ponto de vista racional não é fácil justificar a indução, porém isso é uma prática humana. Outro ponto a destacar é a dedução (processo pelo qual, com base em uma ou mais premissa, se chega a uma conclusão necessária em virtude da concreta aplicação da regra lógica).
Ainda nessa perspectiva da pesquisa abordamos agora a questão da “hipótese”, quando esta é concebida e as observações são continuadas, passamos a deduzir as conseqüências disso. Ou seja, isso permite que as deduções sejam feitas de forma mais simples. Portanto, a ciência é mais do que um corpo do conhecimento, e sim é um modo de pensar. Fazer ciência é uma forma de fazer e pensar em coisas distintas.
Assim sendo, podemos trazer mais alguns pontos acerca da pesquisa, neste caso a questão do: Porque? E para que?E uma das razões é compreender o ser humano e sobre o que passa ao seu redor (sua história, as oportunidades e os recursos), vez que o que se passa ao redor é provavelmente universalmente único.
Ao se fazer ciência, não é apenas para que futuramente venhamos nos tornar biólogos, físicos, químicos, etc e tal e sim, sobretudo, para se compreender enquanto ser humano. Existe uma necessidade, uma conveniência e a possibilidade da ciência e da tecnologia de contribuírem para o progresso do ser humano, na sua dimensão mais ampla. A ciência é importante no ponto de vista da dimensão social, histórica e econômica. A tecnologia na verdade historicamente antecede a ciência e atualmente a tecnologia “anda” junto com a ciência.
Então como fazer pesquisa? O primeiro ponto é ter pessoas competentes, não pode fazer ciência sem formação de recurso humano. Mas além disso é preciso regularidade, previsibilidade e simplificação de procedimentos. A atividade de pesquisa requer uma liderança científica, pois esta não resulta de um processo democrático, e tem um caráter agregário (grupos de pesquisa).
No terceiro dia do mini-curso as discussões estavam voltadas para a questão dos recursos financeiros para se desenvolver uma pesquisa. Nesse sentido, Castilho destaca que para que se realize pesquisa torna-se necessário investimento. No Brasil a grande financiadora de pesquisa vem dos órgãos governamentais e muito pouco das empresas privadas.
Na medida que a verba no Brasil, vem do governo, é preciso entender e saber qual seria as prioridades de investimento. Daí, Caio coloca que a pesquisa prioritária é a “pesquisa de qualidade”. A realidade o que podemos perceber é que os interesses econômicos, a aplicabilidade e outros fatores são tidos como prioritários por muitos.
É preciso avaliar esse processo, uma vez que estamos falando de recursos públicos.E o cientista realmente produtivo deseja que seu trabalho seja avaliado.
A historia de pesquisa no Brasil, mostra que na Proclamação da Republica (1889), tínhamos duas escolas de direito, duas de medicina e duas politécnicas e nenhuma delas com atividade de pesquisa regular. Portanto, a atividade de pesquisa no Brasil, inicia em institutos específicos de pesquisa e não nas Universidades. Somente no segundo governo de Vargas é que foi realizado a criação do CNPq, Capes e investimento em pesquisa em física nuclear.
Hoje a pesquisa se realiza nas Universidades, nos institutos de pesquisa e etc, e esta é conduzida por grupos de pesquisa. Atualmente as agencias financiadoras de pesquisa são: CNPq, Capes, Finep, MCT, Faps, etc...
Com a criação do CNPq., a sua ação direta é com o pesquisador e não com a instituição, e para tal o pesquisador necessita se candidatar por meio de editais.
A Capes (Cordenação de Aperfeiçoamento do pessoal do ensino superior), a principio tinha o papel de melhorar a formação dos docentes do ensino superior. Neste caso a interação era feita Capes-Instituição. Hoje a Capes é um órgão ligada ao MEC, e esta no decorrer dos anos foi alterando seu objetivo.A partir da década de 60 começa a institucionalização da pós-graduação no Brasil e a Capes passou a avaliar os cursos de pós-graduação.
Após essa explanação acerca da Capes, Caio trouxe algumas considerações acerca de instituições tais como: BNDES, FINEP, FAPs (Fapesb). Num contexto histórico quanto à situação de pesquisa no nordeste brasileiro percebe-se um aumento expressivo dos recursos humanos para pesquisa no nordeste.
Tive a oportunidade de perceber em todo esse contexto é a necessidade de se criar novos mecanismos de financiamento e que para se fazer pesquisa é preciso pesquisador com competência, temais atuais, liderança cientifica e recursos financeiros.


* Imagem retirada do site: http://www.semppg.ufba.br/

Alguns momentos registrados no SEMPPG...





05 novembro, 2006

A Inclusão e o letramento digital

Esses dias estava lendo alguns artigos do livro Inclusão digital: tecendo redes afetivas /cógnitas, de Nilze Pellanda, Elisa Schlunzen e Klaus Junior. E um desses artigos que chamou muito minha atenção foi o artigo de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, cujo título é Letramento Digital e hipertexto: Contribuições à educação.
Pois nesse artigo a autora faz uma associação entre a alfabetização digital e letramento digital. A princípio a autora ressalta a questão do analfabetismo propriamente dito, com a questão do analfabeto funcional (aqueles que aprenderam as letras – a codificação, porém não conseguem utilizar a leitura e a escrita em práticas socioculturais). Já para o IBGE o analfabeto funcional são aqueles cuja escolaridade não chegou a quatro anos de estudo, independente das condições contextuais. Um outro conceito apresentado para o analfabeto funcional, é o conceito trazido pela UNESCO, em que considera o analfabeto funcional todas as pessoas que mesmo dominando a leitura e a escrita não demonstrem competência para empregá-la em seu desenvolvimento pessoal e profissional.
A partir dessas reflexões acerca do analfabeto funcional é que podemos chegar à questão do Letramento, que para Soares (2002), está relacionado com a apropriação da leitura e da escrita para exercer a cidadania, ter condições de acesso à cultura da sociedade letrada e corresponder as suas demandas utilizando o ler e escrever em práticas sociais. Ou seja, o letramento diz respeito ao aprender – tomar para si - a tecnologia da escrita e utilizá-la socialmente.
Nesse contexto, no centro dessas discussões sobre o mundo do letramento, é que entra em cena a questão do desafio da utilização da TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). E esse desafio está relacionado principalmente para aqueles que sequer conseguem empregar a escrita em situações de sua vida, daí surge à necessidade de ações com o intuito a formar pessoas letradas com competências a resolver as situações do seu cotidiano e paralelo a isso poder enfrentar os desafios de sua inserção na sociedade da informação.
Outro ponto a destacar ainda nesse artigo, é quanto ao letramento e a TIC, nesse sentido o que consigo enxergar nessa pesquisa acerca da questão da Inclusão digital, é que muitos conceitos e até mesmo muitas ações estão baseadas no reducionismo de somente ter “acesso à máquina” , como se isso fosse suficiente para que aquela pessoa pudesse por assim dizer, estar incluída digitalmente. Porém, essa é uma idéia simplista e equivocada supor que basta apenas colocar computadores em diferentes lugares e ter cursos instrumentais de informática, que as pessoas estarão incluídas digitalmente ou até mesmo estarão letradas digitalmente.
É evidente, que o computador se faz necessário, uma vez que o letramento digital necessita da TIC para se concretizar, porém se pensamos nesse contexto a questão da “exclusão digital”, não seria apenas estar alheio, ou ausentes do computador e sim é continuarmos incapazes de pensar, criar, produzir, nesse contexto digital. Pois ter acesso a TIC e utilizar seus recursos com certa proficiência, tanto pode indicar ação de um usuário consumidor passivo quanto de um usuário crítico. Já que ler telas, apertar teclas, utilizar programas, ter um cursinho rápido de informática para ter conhecimento de certos Softwares, e etc, esta para a inclusão digital da mesma forma que à alfabetização no sentido pleno de apenas identificar as letras, da codificação e decodificação. Nesse sentido Almeida, ao citar Buzato diz que,

a fluência tecnológica se aproxima do conceito de letramento como pratica social, e não como simples aprendizagem de um código ou tecnologia; implica a atribuição de significados à informação provenientes de textos construídos com palavras, gráficos, sons e imagens dispostos no mesmo plano, bem como localizar, selecionar e avaliar criticamente a informação e comunicação e empregando na leitura do mundo, na escrita da palavra usada na produção e representação de conhecimento” (Buzato, 2003)

Entendo, que ao proporcionar uma certa fluência tecnológica as pessoas, significa também que torna-se preciso proporcionar uma utilização da TIC de forma crítica, com o objetivo de se obter uma aprendizagem significativa, autônoma e continua, de se oportunizar a produção de conhecimento necessários a sua melhora de vida, e por fim apoiar a criação de nós da rede de relações comunicativas em que todos posam ter acesso e possam assim se conectar.
Nessa perspectiva, podemos trazer também as idéias de Paulo Freire, quando este coloca a questão da alfabetização como ponto de partida a leitura da palavra por meio da leitura de mundo. Portanto, nesse sentido Almeida (2005:174) conceitua o letramento digital como “o domínio e uso da tecnologia de informação e comunicação para favorecer ao cidadão a produção critica do conhecimento, com competência para o exercício da cidadania e para inserir-se criticamente no mundo digital, tal como um leitor ativo, produtor e emissor dessa informação”.
Desta forma, podemos dizer que o letramento digital favorece de uma certa forma a inclusão crítico-social e o desenvolvimento de proficiência tecnológica. Ainda nessa perspectiva do letramento digital, é preciso levar em consideração o contexto em que o alfabetizando esta imerso, ou seja, sua realidade de vida e de trabalho, suas crenças, necessidades e expectativas, para que este possa explicitar suas curiosidades sobre o mundo digital e as problemáticas do seu dia-dia.
Ao associarmos essa realidade a uma ação de Inclusão digital, teríamos como proposta metodológica temas geradores que venham se originar a partir das necessidade dos usuários, como também esses temas geradores podem estar associados à experiência de vida, trabalho, curiosidades e desafios a serem alcançados no mundo digital. Tal proposta, parte do pressuposto de entendermos que a incorporação das práticas sociais de leitura, escrita e comunicação por meio da TIC, favorece de uma certa forma a leitura do mundo, assim como possibilidades e contradições desse mundo digital.
Nesse processo de alfabetização digital, estamos cientes que a instrumentalização e o acesso favorecem por assim dizer “ao domínio aos recursos tecnológicos”, porém, não a uma formação de usuários críticos, tanto quanto usuários com competências para utilizar a TIC em suas atividades do cotidiano. Daí a grande necessidade e esforços no sentido de proporcionar a democratização do acesso, principalmente a Internet e à informação, e sobretudo, a necessidade de desenvolver competências que favoreçam aos usuários desenvolver criticamente sua proficiência tecnológica, para que possa utilizar a TIC, de forma a atuar em sua vida como um todo e que possam adentrar criticamente no mundo digital e praticar a liberdade de socializar, discutir, construir e reconstruir, e por fim, que possam publicar seus conhecimentos produzidos, como também fazer com que todo esse processo tenha algum significado na vida de cada um.

Referências:

ALMEIDA. Maria E. B. Letramento digital e hipertexto: contribuição à educação. In: PELLANDA, Nilze Maria. Inclusao Digital: tecendo redes afetivas/cognitivas. São Paulo : DP&A, 2005, p. 171-192.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2003.

SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação e Sociedade, Campinas. V.23, n.81, p.143-160, dez. 2002. Disponível em:<>. Acesso em 04 nov. 2006

28 outubro, 2006

Eleição 2006


Esses últimos dias estamos vivendo a expectativa da eleição para Presidência da República. Posso confessar que votei em Lula nas eleições de 2002 e continuo no meu voto. Esse primeiro mandato do Lula, a principio trouxe ao povo brasileiro muita esperança, estávamos apostando numa esquerda que sonhava em estar no poder! Estamos apostando numa mudança radical! É evidente que existiu algumas decepções, que muita coisa que esperávamos não aconteceu!!! Más daí a voltar e retroceder para o PSDB, acho que seria pedir demais para mim!!!
Na verdade o que eu quero registrar nesse momento é quanto ao debates ocorridos nesse processo eleitoral. No primeiro turno o Prsidente Lula, se recusou a estar presente no debate promovido pela Rede Globo, muitos o criticaram, eu em particular achei muito positivo, ele não estar presente...Lula não é mais aquele bobinho das eleições de 1990, em que a Globo fez o que fez e ficou por isso mesmo!!! Nesse mundo de “leão”, que é o mundo político, as vezes tem que se fazer de “esperto” também. Más devido a sua ausência no debate, que atribuíram o segundo turno!!! Tudo bem!!! Apesar de eu considerar que no primeiro turno as opções para votação estavam entre Lula e Alckmim, por que os outros...Sinceramente...é melhor nem comentar!
E agora, estamos no segundo turno!!! E para mais quatro debates, pude assistir a todos, na minha opinião o melhor debate foi da Bandeirante, talvez por ter sido o primeiro, talvez pela pressão dos adversários quanto a presença de Lula!!!Enfim,...
O da Rede globo, foi um debate que fugiu de tudo que já tinha sido apresentado, colocando o povo para cobrar daqueles que estarão no governo nos próximo quatro anos! Para o Alckmim, todas as perguntas “eram muito importantes”, e suas respostas estava pautadas na “razão” e em promessas que já estamos cansados de ouvir e não ver acontecer....
O Lula aparentava pelo menos ao meu ver, um pouco mais nervoso, más ele utilizou como tática a “emoção” e procurava mostrar qual a verdadeira situação do país...
Enfim, entre a “razão” e a “emoção’, considero que aqueles já estavam decididos não voltaria atrás, nessa altura do campeonato.... E quanto aos que estavam indecisos, considero que nesse ultimo debate o Lula, pode abarcar mais votos...
Agora vamos esperar para ver o que vai dar, sendo que a minha torcida é para o LULA
!!!
* imagem copiada do site www.atarde.com.br

23 setembro, 2006

Para entender melhor a Tv Digital!

A história da televisão brasileira não é tão antiga assim, temos mais ou menos 50 anos de funcionamento de um sistema. Porém, esse sistema está dando “adeus”, e agora a grande pauta de discussão é quanto à implementação da Tv Digital, no cenário brasileiro. Confesso, que ainda tenho muitas dúvidas! Estou procurando participar de eventos que estejam diretamente ligado a esse tema, para ter uma maior compreensão e reflexão sobre essas problemáticas.
E para entender melhor, estarei agora escrevendo algumas colocações feitas por Estebam Clua, que trouxe algumas explicações acerca da “Tv digital e Educação”, no seminário de jogos eletrônicos que ocorreu na UNEB.
Portanto, um primeiro ponto a questionar é o que é essa Tv Digital?Quais as potencialidades com relação à educação?
Quanto a Tv digital mais especificamente, Esteban disse que: “ O Brasil já começou tardio”, já que em outros países estudos e a implementação já ocorreu a muito tempo. Porém a vantagem disso é que o Brasil de uma “certa forma” pôde analisar os outros sistemas já em funcionamento para então começar a desenvolver o nosso.
O nosso sistema de tv apresenta alguns pontos específicos que torna inviável simplesmente implementar sistemas de outros países, é preciso obedecer a essas especificações. Quando falamos de Tv digital, estamos falando de tv aberta. Nossa televisão é transmitida pelo sistema de Broadcasting (esse sistema funciona através de antenas que transmite todos os dados em todas as direções, nesse sentido outra torre recebe a transmissão e retransmite). Se for feito um sistema digital que não obedeça a essa regra, logo não funcionará.
O governo brasileiro, por sua vez, pegou por assim dizer 22 problemas para a implementação desse sistema e a parir disso criou-se 22 grupos de estudos nas Universidades.Após um ano e meio de estudos e análises que foi “escolhido” o sistema.
Outro ponto a destacar, é que pelo fato do sinal ser digital não nos restringimos apenas a sinal de vídeo, ou seja, além de vídeo pode ser transmitido música, etc e tal..
Quanto aos sistemas estudados para implementação aqui no Brasil temos: o sistema americano, o europeu e o japonês.E para entendermos melhor cada padrão, especificarei cada padrão, de acordo com o que entendi do que o Esteban nos falou. A grande diferença desses padrões esta para as “compressões”, portanto, os fabricantes precisam saber qual o sistema o país adotará para poderem fabricar a tv que será destinada ao consumidor brasileiro,
Sistema americano: ATSC (Advisory Comitte on Advanced Television Service). Este sistema apresenta como ponto forteo “HDTV’, e como ponto fraco não permite dispositivos móveis e tem baixa interatividade.
Sistema europeu: DVB (Digital Vídeo Broadcasting). O ponto forte desse sistema é a multiprogramação mobilidade, já o ponto fraco é que a interatividade é deficiente.
Sistema Japonês: ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting). Este foi o sistema escolhido pelo governo , este tem como ponto forte mobilidade, alta interatividade, MDTV e seu ponto fraco é que é muito caro (e parece que o Brasil escolheu pagar mais caro, como sempre faz!)
Esteban também trouxe a questão do decreto nº 5820, de 29 de junho de 2006, em que diz: Que as tvs terão que transmitir: canal do poder executivo, canal de educação, canal de cultura e canal de cidadania. Ou seja, as transmissoras de tv terão que gerir esses canais e não apenas um único canal como é realizado.
A problemática no meu ponto de vista é quanto ao “canal de educação”, quem irá produzir esses canais? Terá as mesmas programações que já estamos acostumados a ver, tipo “telecurso 2000”? Ou será um canal educativo tipo a programação da TVE? Quem irá produzir essa programação? A universidade ou as empresas transmissoras e aí seguindo um padrão único, sem estar atenta para as necessidades e as realidades de cada região?
Enfim , são estes pontos que me preocupam!!!

A questão agora é: Tv !


Esses dias participei de uma palestra sobre a tão falada TV Digital, André Nunes , representante do Finep. Em sua fala ele trouxe os objetivos da Tv digital, com base no decreto 4.901. E um desses objetivos que de uma certa forma poderá ser importante se de fato for implementado, é quando diz que a Tv digital irá promover a Inclusão Digital (democratização de ensino) e propiciar a criação de rede universal de educação a distancia.
Então, nessa perspectiva, vale pensar de como será essa tal Inclusão Digital, por meio da televisão? Será que os brasileiros se identificaram enquanto produtor de conhecimento nesse novo cenário. Ou essa tal Inclusão Digital será apenas a de ter mais uma vez apenas acesso a “máquina”, nesse caso o “controle remoto”, e a partir daí ter acesso a alguns serviços oferecidos pelo governo por meio dessa nova tecnologia e aí essas pessoas entram nos índices dos incluídos digitais? Ou seja, continuaremos batendo na mesma tecla de serem apenas consumidores, e consumidores, e consumidores de informações.
Nessa mesma linha, ainda falando de tv, mais não da Tv digital e sim das redes de televisão, estava assistindo hoje um documentário
"além do cidadão Kane”, um documentário Britânico - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por
decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro. Neste consta depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira.
Muito bom!!! É isso que posso expressar acerca desse documentário, dentre as tantas coisas colocadas no documentário alguns pontos chamaram a minha atenção. E um deles diz respeito a grande influência da tv e em especial da rede globo para com os brasileiros. Washington Olivetto no documentário diz que essa influência é tão grande que os brasileiros deixaram de falar o “Português” e passaram a falar o “Globê”, e isso é evidente, quando nos deparamos com a moda, cortes de cabelos, linguagem, enfim,...Tudo que aparece na rede globo, e principalmente em suas novelas vira referência de consumo. E os milhões de brasileiros que se encontram fora do eixo Rio-São Paulo, que não conseguem se identificar nesse “modelo”, ficam a margem... Fora as novelas que são produzidas “com temas rurais”, e mesmo assim as pessoas do interior não conseguem se enxergar nesse cenário.
Outro ponto a se levantar ainda quanto a influência da Rede Globo, esta relacionado até mesmo a linguagem transmitida na televisão. A Globo se acha a bambambam, que de uma certa forma tudo que é produzido nas outras emissoras é para tentar se equiparar com o que esta sendo produzido na Rede globo, ou seja, é o tal “padrão globo de qualidade”.
O documentário é belíssimo, pois este traz passo-a-passo, desde a origem do sistema de televisão no Brasil, desde as primeiras transmissões (em que grande parte da população não tinha acesso), e a transmissão era feita de antena, por antena até a transmissão por satélite. E um ponto importantíssimo levantado neste documentário, é com relação ao poderio do Roberto Marinho, as suas influências em decisões políticas, o quanto a globo virou “camaleão” e aí colocou quem elea queria no poder e derrubou quem ela queria também, usando o poder de dominação por meio de uma veiculo de comunicação que fascina milhões de brasileiro.
Enfim,neste documentário é perceptível que em nosso país a não existência de uma televisão democrática. E para quem quiser dar uma olhadinha vale a pena, basta clicar no link:
"além do cidadão Kane”

12 setembro, 2006

Seminário e Colóquio na UNEB




Nos dias 11 e 12 de setembro de 2006, aconteceu na UNEB, o "II Seminário Jogos Eletrônicos Educação e Comunicação, construindo novas Trilhas" e paralelo a esse evento ocorreu também o "I Colóquio luso-brasileiro da Educação a Distância e Ambiente Virtuais de Aprendizagem"”, posso confessar que a princípio a questão dos jogos eletrônicos não atraiu muito os meus olhos, porém as palestras e os debates nesse seminários foram além da questão dos jogos eletrônico. Pude compreender melhor no que diz respeito a “ Tv digital” , a questão das metodologias da EAD, a questão dos AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) e por fim o que chamou muito minha atenção, principalmente porque o tema da palestra esta de uma certa forma ligada ao meu tema de pesquisa, foi a questão dos desafios das praticas pedagógicas e os nativos digitais com Prof. Marco Silva.
Marco Silva, no inicio de sua fala procurou nos demonstrar quem são esses “nativos digitais” e como promover sua educação na cibercultura. Então este coloca que o conceito de “Interatividade” de uma certa forma consegue dar uma reviravolta na educação, na medida que tentamos entender essa geração que sai da lan house direto para sala de aula.
A partir da literatura que aborda a geração digital, Marco Silva, diz que esses nativos digitais na qual ele refere vem do controle remoto, do joystick e agora apropriam-se do mouse e da tela interativa on line, onde interferem, modificam, produzem, compartilham e co-criam.
Esses nativos são menos passivos diante da mensagem fechada à sua intervenção e procuram fugir do modelo de recepção clássica. Deles dependem o gesto instaurador que cria e delimita sua experiência comunicacional, ou seja, cada pessoa na net ou na rede realiza seu caminho comunicacional.
O novo aparelho cognitivo dessa geração (nativos digitais), baseia-se na idéia do hipertexto, dos hiperlinks, etc... A grande problemática quando reportamos isso para a educação é que o professor continua alheio ao perfil comunicacional desses nativos digitais e da cibercultura. O professor trata a aprendizagem como recipientes de informação e não como agentes de comunicação e de compartilhamento. Sua “lógica de distribuição” é a mesma da mídia de massa e a sociedade industrial.
Nessa perspectiva, a educação por sua vez continua a ser, mesmo com a multimídia on line, o que tem sido em grande parte uma “obrigação” chata e burocrática, talvez seja por isso que nos deparamos com crianças e adolescentes que ficam radiantes quando entram de férias e sabem que não terão que cumprir mais uma obrigação que é a de ir a escola.
Desta forma se não existe uma mudança nos paradigmas comunicacional, as tecnologias digitais acabem servindo para reafirmar o que estes professores continuam fazendo. Ou seja, se o professor esta no paradigma ainda da “televisão” (de transmissão, de apresentação) quando estes mesmos professores estiverem trabalhando com as tecnologias estarão na mesma perspectiva da “apresentação”.
Então Marcos Silva traz um questionamento: Como promover a educação nos nativos digitais? E então este coloca que o problema central da educação na cibercultura é conseguir quebrar esses paradigmas impostos anos após anos.
Outro ponto que posso destacar na fala de Marco Silva, foi quando este trouxe alguns indicadores de interatividade em educação presencial e on-line,que seria: Superar a ligação unidirecional da emissão-mensagem-recepção. O professor pode ajudar o aprendiz, uma vez que ele explora as interfaces on-line como espaço da construção colaborativa da comunicação e da aprendizagem e promove a interatividade on-line.
Para superar essa ligação unidirecional o emissor não emite mais no sentido que se entende habitualmente, uma mensagem aberta e sim oferece um leque de elementos e possibilidades à manipulação do receptor. A mensagem não é mais “emitida”, não é mais um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado, é um mundo aberto, modificável na medida em que responde as solicitações daquele que consulta. O receptor por sua vez não esta mais na posição apenas de recepção clássica, e sim é convidado a livre criação e a mensagem desta forma ganha sentido.
Por fim Marco Silva nos apresentou como então promover a interatividade no lugar da pedagogia da transmissão (do falar-ditar do mestre):
- Disponibilizar uma montagem de conexão em rede que permite múltipla ocorrência, inclusive o inesperado e o acaso;
- Provocar situações de inquietações criadora, nessa perspectiva a criatividade esta ligada ao inusitado;
- Arquitetar percursos hipertextuais. Marcos Silva coloca que o conceito de interatividade que ele apresenta esta ligado a comunicação e não a informática. De fato sabemos que a informática se apropria desse conceito, porém a interatividade que tanto Silva traz não esta apenas limitada apenas a informática.
- Mobilizar a experiência coletiva ao conhecimento, ou seja, romper com a cultura cartesiana, de um conhecimento fechado ( da leitura em silencio, do conhecimento limitado apenas no livro, etc...)
* Imagens retiradas do site :http://www.comunidadesvirtuais.pro.br

02 setembro, 2006

III Festival de Software Livre da Bahia



O III Festival de Software Livre da Bahia, aconteceu nos dias 24,25 e 26 de agosto de 2006, em Lauro de Freitasna UNIME...Um pouquinho longe, más valeu a pena!!!Posso confessar, estava com saudades de participar de um evento como esse...Foi mais uma experiência de muita aprendizagem...O III Festival, foi muito, muito legal...Primeiro porque tive a oportunidade de ter novas aprendizagens, segundo porque também tive a oportunidade de consolidar novas amizades.
Logo quando chegamos no dia 25/08, chamou minha atenção a palestra que abordava a questão da “Legalidade dos Editais de Concursos Públicos que exigem Conhecimentos em Software proprietário”, cheguei quase no finalzinho, más deu para acompanhar algumas discussões daquilo que o Thiago Vieira chamou de um ”grande bate-papo”. Eu nunca tinha me atentado para essa questão dos concursos públicos quanto à cobrança em conhecimento em Software Proprietário. O que debateu-se nessa palestra, foi a questão de se buscar judicialmente que não apenas seja “cobrado” em concursos públicos conhecimentos de Software Proprietário e sim que também incluam conhecimento em Software Livre. Pois dessa forma como acontece, nos obriga enquanto cidadãos a ter que estar limitados ao conhecimento ao Software Proprietário quando nos submetermos a um concurso.
Outro ponto de muito espanto e preocupação foi o que o Thiago Tavares nos relatou acerca de um projeto de Lei que está tramitando no senado pelo Senador Eduardo Azeredo acerca da certificação digital, e essa tal certificação irá limitar em muito nosso acesso a rede. O detalhe é que em nenhum lugar do mundo, esta idéia foi implementada, ou seja, esta lei se for aprovada tem uma única finalidade “ganhar lucros” com a venda desses certificados, para que qualquer pessoa tenha acesso a Internet. Na verdade este projeto irá limitar e muito o acesso a Internet.
Conheci também a proposta do “Projeto Casa Brasil”, do governo Federal. O casa Brasil trabalha com vários segmentos da comunicação , o que eles chamam de “módulos” (modulo telecentro- com computadores e uso de Software Livre, modulo Rádio-comunitária, modulo estúdio multimídia, auditório, biblioteca, etc...) O grande X da questão, é que não são todos os modelos que estão em funcionalidade em um mesmo local, devido a falta de verba, o trabalho mais intensificado esta com os telecentros e as bibliotecas.
O Casa Brasil procura discutir as questões relacionadas ao uso de Software Livre, junto com as comunidades, então eles desenvolvem um trabalho de organizar as comunidades, organizar os telecentros e dar apoio de capacitação. Visto que a intenção é que em um determinado momento a comunidade se aproprie daquele espaço.
Um ponto a destacar nesse projeto, é que o objetivo deles é que a comunidade não esteja limitada a usar aquele espaço apenas como uma Lan House pública e sim que utilize para o acesso ao conhecimento.
Ao sair dessa apresentação do Casa Brasil, entramos na temática da Inclusão Digital, com a professora Bonilla. Esta chama atenção para o fato de que temos que pensar o que estar por traz desse “movimento de Inclusão Digital”, quais são as verdadeiras intenções???
Bonilla fala que é perceptível que existe uma grande confusão por parte de muita gente entre a Inclusão Digital e Alfabetização Digital. Se pensarmos que a alfabetização é o saber ler e escrever (aprendizagem da codificação), e o letramento é entender as complexidades dos processos de leitura e escrita, ao associar isto a alfabetização digital poderíamos dizer que seriam técnicas de manuseio da máquina.
Porém ao reportamos para o campo sociológico, podemos pensar no conceito desse termo “Inclusão”, em que segundo Robert Castel até meados dos anos 70, não existiam desigualdades entre os sujeitos e sim o que existia era desigualdade entre as classes e entre os grupos. Desta forma, para pensarmos em inclusão, torna-se preciso entender o processo de exclusão primeiramente. Bonilla ao citar o Castel, coloca a exclusão como um processo de “descoletivização”, em que o sujeito excluído é tomado como foco enquanto indivíduo. Que são separados dos bens coletivos. E o que marca o excluído é a falta de alguma coisa. Temos que considerar também, que essa noção de exclusão na sociologia ainda é muito vago e indeterminado.
A exclusão é um resultado de um movimento social e só é entendida quando é colocada nas suas origens, no percurso que a produz. Outra vez ao citar Castel, este diz que:” ninguém esta separado do social, ou seja, não existe algo fora do social”. Temos toda uma potencialidade de busca e transformação, que não é levado em conta quando se considera o sujeito excluído.
Na realidade o que percebemos é um processo compensatório, para tentar trazer esse sujeito para uma sociedade ideal.
Em decorrência de um processo de exclusão simultâneo e ininterrupto, é que surge essa problemática de toda uma Inclusão (social, digital, educacional, sócio-tecno-digital, econômica, na saúde e etc...).
Vale destacar, que essa questão da Inclusão Digital, quanto ao seu conceito , no meu ponto de vista esta muito reducionista, ou seja, consideram que apenas ter acesso a máquina, o indivíduo já esta incluído. Porém, por outro lado, temos que pensar que cada caso é um caso. Se considerarmos a grande extensão territorial do nosso país, às vezes em alguns lugares só o fato de se colocar uma máquina já se configura um processo de inclusão Digital. Agora! Vale ressaltar é como se configura essa inclusão? Esse indivíduo será apenas meros consumidores, ou farão desse espaço um lugar de produção de conhecimento??? Será que só colocar a máquina por colocar resolveria a situação???Às vezes acho que não!!!
O fato é que não existe um modelo único de Inclusão Digital, já que as necessidades de cada um são diferentes.
Já saindo de um auditório para o outro, fomos ver as discussões acerca das “Patentes” com Krishnamurti, em que este diz que o grande perigo quanto ao uso de patente, esta relacionado ao desenvolvimento e distribuição do software, em outras palavras do conhecimento. Já que ao conceber patentes de software é impedir que outras pessoas se apropriem de conhecimento publico.
Por fim, tivemos a presença do Sergio Amadeu, que nos troxe grande contribuições de reflexões. Um ponto trazido por Sergio Amadeu, que temos que levar em consideração quando estamos falando de pirataria de software, é que a grande industria de pirataria não é feita em cima do código fonte e sim em cima do código executável, portanto, para que temer e esconder tanto esse código fonte, como é feito pelos Software Proprietário???Que lógica de apropriação é essa???
O que é compreensivo é que, nessa lógica que nos deparamos quanto a licença do Software Proprietário, é que proíbe-se a distribuição do código fonte, com uma única finalidade: “para que não se aumente o conhecimento”, nessa lógica de controle o conhecimento fica limitado...
Enfim, fico com saudades e anciosa para que novos encontros como este aconteçam...E deixo a foto da galerinha que esteve comigo nesses dias...






Cool Slideshows!

12 agosto, 2006

Retrospectiva

A minha aproximação pelo blog, iniciou quando fui incentivada a escrever nesse ambiente virtual, na faculdade...Construi um blog diante das minhas reflexões de cada momento presenciado na aula, das discussões, dos questionamentos,de minhas participações me seminários ligados ao tema, enfim, tudo, tudo e tudo.. No ano de 2005, quando estava cursando o quarto semestre de Pedagogia da UFBA, cursei a disciplina educação e tecnologia contemporânea, por meio desta encontrei um referencial para minha vida acadêmica. Então, aquilo que já era de uma certa forma já presente na minha vida “tecnologia”,e que eu também já tinha um fascinio, passou a ser mais crescente, porém agora, com outra visão, ou seja, mais participativa, criativa, interativa, colaborativa e menos consumista... Agora estou trabalhando numa pesquisa (iniciação cientifica) em que nesse inicio estou lendo, estudando, pesquisando, refletindo acerca de um complexo discurso que é a “Inclusão Digital”. E porque eu digo que é complexo? Porque ao que vemos e ouvimos, é que simplificam muito a Inclusão Digital, na medida que encontramos vários discursos de que para o indivíduo estar incluído basta oferecer acesso as novas tecnologias da comunicação e informação (visão tecnocrática) ou então oferecer algumas horas de “cursos aligeirados”, com o objetivo de treinar, adaptar, para que esse indivíduo possa exercer uma mecanização eficaz em seu ambiente de trabalho, ou até mesmo que possa através desses cursos ter algumas chances de oportunidade de emprego. André Lemos diz que na nossa sociedade, a inclusão ainda é uma meta e uma utopia para os campos sociais (saúde, moradia, saneamento, etc). Então, pensemos: se diante de tantos anos de história que tem nosso país, a inclusão social ainda não foi alcançada, como querer aceitar essa Inclusão digital de forma tão simplista? Essa inclusão da forma que é discutida pelos nossos governantes (quando isso ocorre é claro!) e da forma que querem implementar estaria atendendo a quais interesses? Do indivíduo (cidadão) ou das grandes empresas que querem cada vez mais enriquecer? Enfim...são vários os questionamentos que me faço, na medida que vou lendo, pesquisando, sobre esse tema..Sei que minhas idéias ainda estão muito verde, que precisa ser mais amadurecida...Por isso que tô correndo atrás...lendo, lendo e lendo...


"Uma flor no jardim de um grande Deus"



Simplesmente eu...