No período de 07 a 17 de janeiro de 2009 a FACED/UFBA estará desenvolvendo seminários integrados que tratam da Educação do Campo. Para esses dias de seminário está previsto discutir sobre a pesquisa que o "professor do campo" está desenvolvendo, ou seja, saber "que pesquisa é essa?", discutir também as questões relacionadas a elaboração dos cadernos didáticos para Educação no Campo, além desse ser o Primeiro Encontro Norte/Nordeste de Instituições com Cursos de Licenciatura em Educação do Campo, e então, tivemos a presença de diversos coordenadores dos grupos de pesquisa que estão envolvidos com essa temática.
Nesse evento tive a oportunidade de acompanhar a palestra com a Prof.ª Roseli Caldart (ITERRA). Aqui trago alguns pontos destacados nessa palestra:
Roseli iniciou sua palestra chamando atenção para a questão dos professores cursistas que estavam ali presentes, precisavam desde o inicio de sua formação ter clareza do processo histórico a ser defendido. E para tanto, podemos pensar inicialmente nos fundamentos da educação do campo. Pensar nas bases de construção por esse movimento de educação dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, em que esta base esta centrada no embate do agronegócio (capital) X Capital da agricultura camponesa (trabalho).
A realidade atual do campo brasileiro, faz com que recuperemos a constituição originária da Educação no Campo, assim, encontramos nessa constituição um embate de projetos que esta pautado na contradição de capital X trabalho. Daí, a preocupação com a "formação de educadores", em que esta formação e a educação no campo sem entender e tomar um posicionamento quanto a esse embate, não pode dizer que esta inserida numa Educação no Campo. Entender que o embate desses projetos tem uma expressão na realidade dessa educação.
Nessa construção, precisamos compreender a lógica que perpassa pela produção do campo para poder definir qual o posicionamento a se tomar ! Pensar que a lógica atual não é produzir para quem precisa de alimentos e sim produzir para fortalecer a lógica do capital, do lucro... Assim, encontramos o agronegócio que traz como consequências: a concentração e centralização do capital, controle do comércio agrícola pelas corporações transnacionais, aumento da concentração de terras, desnacionalização da agroindústria. Contudo, esse modelo muda a forma de produzir, em que a lógica é transformar a agricultura no ramo industrial.
Outro ponto abordado e bastante discutido por Roseli Caldart foi a questão dos fundamentos da Educação no Campo, que considere: realidade atual do campo; uma teoria do conhecimento (que leve-se em consideração a democratização da produção do conhecimento, pois não é suficiente apenas democratizar o "acesso" ao conhecimento) voltada para transformação da realidade; uma visão ampla de educação que inclui uma concepção de escola e a concepção de direito coletivo.
Enquanto concepção de educação precisamos incorporar: processos formadores dos sujeitos coletivos da produção da vida no campo, em que o trabalho deve ser visto com o princípio educativo; uma cultura que inclui a dimensão do conhecimento e a luta social e organização coletiva. Para essa discussão a ideia da escola do campo não esta centrada apenas num TIPO de escola; não se contrapõe à concepção de escola unitária, e sim, esta é um direito de todos (em todos os lugares, em todos os tempos da vida e para todas as pessoas).
Nesse evento tive a oportunidade de acompanhar a palestra com a Prof.ª Roseli Caldart (ITERRA). Aqui trago alguns pontos destacados nessa palestra:
Roseli iniciou sua palestra chamando atenção para a questão dos professores cursistas que estavam ali presentes, precisavam desde o inicio de sua formação ter clareza do processo histórico a ser defendido. E para tanto, podemos pensar inicialmente nos fundamentos da educação do campo. Pensar nas bases de construção por esse movimento de educação dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, em que esta base esta centrada no embate do agronegócio (capital) X Capital da agricultura camponesa (trabalho).
A realidade atual do campo brasileiro, faz com que recuperemos a constituição originária da Educação no Campo, assim, encontramos nessa constituição um embate de projetos que esta pautado na contradição de capital X trabalho. Daí, a preocupação com a "formação de educadores", em que esta formação e a educação no campo sem entender e tomar um posicionamento quanto a esse embate, não pode dizer que esta inserida numa Educação no Campo. Entender que o embate desses projetos tem uma expressão na realidade dessa educação.
Nessa construção, precisamos compreender a lógica que perpassa pela produção do campo para poder definir qual o posicionamento a se tomar ! Pensar que a lógica atual não é produzir para quem precisa de alimentos e sim produzir para fortalecer a lógica do capital, do lucro... Assim, encontramos o agronegócio que traz como consequências: a concentração e centralização do capital, controle do comércio agrícola pelas corporações transnacionais, aumento da concentração de terras, desnacionalização da agroindústria. Contudo, esse modelo muda a forma de produzir, em que a lógica é transformar a agricultura no ramo industrial.
Outro ponto abordado e bastante discutido por Roseli Caldart foi a questão dos fundamentos da Educação no Campo, que considere: realidade atual do campo; uma teoria do conhecimento (que leve-se em consideração a democratização da produção do conhecimento, pois não é suficiente apenas democratizar o "acesso" ao conhecimento) voltada para transformação da realidade; uma visão ampla de educação que inclui uma concepção de escola e a concepção de direito coletivo.
Enquanto concepção de educação precisamos incorporar: processos formadores dos sujeitos coletivos da produção da vida no campo, em que o trabalho deve ser visto com o princípio educativo; uma cultura que inclui a dimensão do conhecimento e a luta social e organização coletiva. Para essa discussão a ideia da escola do campo não esta centrada apenas num TIPO de escola; não se contrapõe à concepção de escola unitária, e sim, esta é um direito de todos (em todos os lugares, em todos os tempos da vida e para todas as pessoas).
A especificidade da escola do campo não esta na ESCOLA e sim no CAMPO, considerando-se: sujeitos, relações sociais, processos produtivos. A escola não abre mão da tarefa de educar, dessa forma trabalha as diferentes dimensões do desenvolvimento humano integral. Essa escola trabalha a mediação específica do conhecimento com aprendizado da relação teoria e prática. E por fim, essa escola precisa trabalhar com a vida real, que nesse caso é o CAMPO.
Então, nesse contexto fala-se de transformação da escola considerando dimensões básicas como: formas organizativas, trabalho na escola, conhecimento da realidade, tempos e espaços educativos, inserção social- comunidades/lutas sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário