26 agosto, 2008

NOVO LIVRO DISCUTE O POTENCIAL DA INTERNET E A SOCIEDADE DO CONTROLE



"Ao mesmo tempo que devora, digere e recria o telefone, o cinema, a televisão, os correios, o rádio e a indústria fonográfica, a internet se aproxima do sonho de Borges de uma biblioteca infinita, onde o saber humano está disponível ao alcance de um toque. O que fazer com tão imenso poder é a pergunta que definirá o nosso futuro. Esse livro é uma boa contribuição para o debate". Assim o cineasta Jorge Furtado apresenta a coletânea "Além das Redes de Colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder", organizado pelos professores Nelson Pretto, da UFBA e Sérgio Amadeu, da Casper Libero. O livro será lançado pela EDUFBA, no próximo 27 de agosto, quarta-feira, em São Paulo, durante o Fórum Nacional sobre Direito Autoral promovido pelo MinC, e é o resultado de seminários realizados pela Casa de Cinema de Porto Alegre e pela Associação de Software Livre, ocorridos no segundo semestre de 2007, como parte do projeto Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura. "Além das Redes de Colaboração" trata do tema das redes em uma sociedade midiatizada, com tendências contraditórias e ambivalentes. Para o sociólogo Sérgio Amadeu, o que "queríamos era discutir as possibilidades democratizantes de compartilhamento do conhecimento jamais vistas e a formação de uma sociedade de controle que busca utilizar as tecnologias para concentrar poder e conter a criatividade, expandindo e ampliando a apropriação privada sobre o que é comum". Reunindo acadêmicos de várias áreas do conhecimento, ativistas e artistas, o livro trabalha a contradição entre as possibilidades de criação e disseminação culturais inerentes às redes informacionais e as tentativas de manter a inventividade e a interatividade sob o controle dos velhos modelos de negócios construídos no capitalismo industrial. Nelson Pretto, um dos organizadores do livro e preocupado com as questões da educação nesse processo de comunicação generalizada, explica que o objetivo dos eventos e do livro "foi jogar luz sobre essas batalhas biopolíticas para decifrar as disputas sociotécnicas em torno da definição de códigos, padrões e protocolos".

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